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Emocionada, Conceição Queiroz afirma: "A minha mãe morreu vítima de negligência médica"

Em exclusivo, Conceição Queiroz falou, abertamente, sobre o caso de negligência médica que, segundo a jornalista, causou o falecimento da mãe.

Desde há 23 anos que o Dia da Mãe é nostálgico, para Conceição Queiroz: afinal, a mãe da jornalista faleceu em 2000, uma morte que, para Conceição Queiroz, "ainda está muito presente".

Em exclusivo, para a SELFIE, a comunicadora afirmou que o falecimento da mãe foi causado por uma situação de negligência médica: "A minha mãe morreu vítima de negligência médica. Morreu muito cedo, tinha 49 anos. Foi duro, por um lado. Por outro lado, apaziguei-me, a partir do momento em que o médico assumiu o erro. O médico, encostado à parede branca do hospital, de bata branca, a chorar compulsivamente, assumiu. Nada que eu já não soubesse. Consegui desconfiar que a minha mãe tinha ali um problema sério, causado pela equipa médica."

"A minha mãe tinha cancro no colo do útero. Ela não fez quimioterapia, ela fez radioterapia e é essa radioterapia que mata a minha mãe. Porque foi mal calculado. E extravasou... Aquela zona, que devia ser tratada, apanhou outros órgãos. O facto de o médico ter assumido apaziguou-me e fez com que não fosse para a frente com o processo", acrescentou.

Visivelmente comovida, Conceição Queiroz confessou que não se despediu da mãe: "Nem sei como é que se faz isso. Como é que te despedes de alguém? Sou patologicamente otimista, ou seja, acreditei sempre até ao último instante. Ela tinha planos com meu pai. A minha mãe queria fazer um cruzeiro, quando ela tivesse alta. Ela não tinha sinais exteriores da doença, o que nos dava alguma esperança... Mas é muito triste. Lembro-me de pegar no telefone para ligar à minha mãe, já depois da morte dela, para partilhar coisas boas que estavam a acontecer, conquistas... Lamento profundamente que a minha mãe não esteja, pelo menos, fisicamente a acompanhar-me nas minhas lutas diárias. Acho que ela iria orgulhar-se, acima de tudo. A minha mãe disse-me, algumas horas antes de morrer, que tinha muito orgulho em mim. O que sinto é que, ao ouvir aquilo, podia ter dito também qualquer coisa. Guardei aquilo. Não sei exatamente o que seria, mas acho que podia ter retribuído. Mas há momentos em que sou de poucas palavras. Em alguns momentos especiais. Falou mais ela. Estive a ouvi-la. Mas os momentos bons que passámos acho que acabam por compensar. A forma como ela disse que tinha orgulho em mim foi tão natural... Acho que a minha mãe nunca me tinha dito isso assim daquela maneira."

Já em lágrimas, a pivô recordou o momento em que soube da morte da mãe: "Nunca consegui vir trabalhar, nunca vim para a TVI, sem passar pelo hospital. Primeiro, ia ao hospital. E, como não há visitas de manhã, eles diziam que não podia ir. Mas eles perceberam, a certa altura, no hospital, que iria lá todos os dias. Então, antes de ir trabalhar, passava pelo hospital, ia ver a minha mãe e só depois vinha para a TVI, vinha trabalhar. Até que um dia vou ver a minha mãe e percebi que ela... Que a situação era muito grave e o médico disse: 'A mãe está a morrer.' O médico disse-me isto. E fui vê-la naquele dia, saí para ir trabalhar. E nem cheguei à TVI. O meu telefone tocou. Oiço o meu pai completamente aos gritos. O meu pai nem precisou de dizer, porque percebi rapidamente, não é? Tinha acabado de sair do hospital. E voltei. Eu estava naquele momento, numa caixa de Multibanco. E lembro-me de que o cartão ficou na caixa Multibanco. Fiquei completamente perdida. Deixei o cartão Multibanco, saí, entrei no autocarro. O motorista olhou para mim, eu estava... Eu não sabia o que dizer. Disse-lhe para irmos para o hospital e ele não me cobrou... Foi um momento muito doloroso".

Apesar de, após 23 anos, falar abertamente sobre a morte da mãe, nem sempre Conceição Queiroz se sentiu preparada para abordar, de forma pública, este tema sensível: "Durante muito tempo, não consegui falar sobre a morte da minha mãe. Perturbava-me muito. Lembro-me de ir de autocarro nos transportes públicos e as pessoas perguntavam-me: 'Então, a mãe, como é que está?' Eu dizia: 'Ai, está bem, está tudo bem.' E saia na paragem a seguir para não ter de dizer a verdade, que a minha mãe tinha morrido. Fugia muito da questão, na medida do possível, para não entrar em detalhes."

Após mais de duas décadas, as saudades permanecem, assim como a vontade de cumprir cada um dos últimos desejos da mãe: "Lembro-me dela, uns dias antes de morrer, me ter pedido para não deixar de estudar, para ir sempre cada vez mais longe, investir na minha formação, acima de tudo. Pediu-me para não me separar, na altura. É bem mais difícil... E também estava preocupada, porque o meu trabalho teria visibilidade e eu iria incompatibilizar-se, com o passar do tempo, com muita gente. E ela já não estaria cá para me defender, mas que eu saberia fazer isso muitíssimo bem, disse-me ela. [...] Fiz questão de cumprir com tudo o que minha mãe me pediu naquelas últimas horas de vida dela. Tenho que continuar pela minha mãe. Tenho de continuar a querer ser uma profissional de excelência. Pela minha mãe.

Veja, agora, o vídeo das declarações exclusivas de Conceição Queiroz.

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