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Conceição Queiroz desabafa sobre a morte da mãe: "Passaram-se 23 anos e ainda está muito presente"

Numa entrevista emotiva, concedida à SELFIE, a jornalista Conceição Queiroz falou sobre o falecimento da mãe.

O Dia da Mãe não é uma data festiva para todos. É o caso de Conceição Queiroz, cuja mãe faleceu há 23 anos. "Não é fácil falar sobre o Dia da Mãe. Para mim, não é. Percebo que seja um dia de grande alegria para a maioria das pessoas. É um dia de celebração, para a maioria. Para mim, não. E já podia ter ultrapassado isto", começou por desabafar a jornalista, visivelmente emocionada.

"A minha mãe morreu em 2000. Em 2000. Portanto, passaram-se 23 anos e ainda é qualquer coisa que está aqui muito presente. Costumo dizer que a morte da minha mãe foi o meu 11 de setembro. Então, é muito difícil, é sempre difícil, mas particularmente nesta altura, porque também é uma data altamente comercial", garantiu. "Deixou de ser um dia especial, para mim. Completamente. O Dia da Mãe já não faz sentido para mim. Deixou de existir, na verdade. Porque já não a tenho", acrescentou.

Apesar da tristeza e da saudade - Conceição Queiroz confidenciou, inclusivamente, que guarda, até hoje, o perfume que a mãe usou até morrer -, a comunicadora recordou, com um sorriso, as principais qualidades da familiar: "A minha mãe era exemplar, a minha mãe era um furacão. A minha mãe era aquele modelo a seguir. A minha mãe era uma inspiração. Por isso, é que faz tanta falta, é porque tu só sentes falta realmente das pessoas, se elas deixarem marcas. As memórias que tenho dela são muito boas. Era muito ligada à minha mãe. Lembro-me de já ter saído da casa dos meus pais e, quando lá ia visitá-los, deitava-me no sofá, com a cabeça no colo da minha mãe. Ficava ali, muito agarrada a ela. Era como se estivesse ali a antecipar qualquer coisa, como se, inconscientemente, soubesse que iria perder a minha mãe, então eu tentava tirar o máximo partido possível. Aproveitar, da melhor maneira, todo o tempo em que estivéssemos juntas, e isso deixa-me feliz, de certa forma, porque aproveitei, aproveitei muito. Mas, depois, o mundo desmorona por completo."

Nesses tempos conturbados, logo após o falecimento da mãe, Conceição Queiroz até teve de se ausentar do trabalho durante dois meses. "Não fui penalizada por isso, porque quem de direito, na altura, compreendeu e deram-me aqueles dois meses para tentar reconstruir-me minimamente, para que tivesse condições para voltar ao trabalho", recordou.

Até hoje, após mais de duas décadas, a jornalista garante sentir a presença da mãe: "A presença dela é uma coisa muito estranha. Eu não fumo e lembro-me de estar em casa e, por vezes, sentir um cheiro a tabaco... Ninguém fuma lá em casa. É assim, nesse momento, eu fico assim: 'Cheira a tabaco, que estranho.' Era a única pessoa na família que fumava, a minha mãe. Aliás, foi uma mulher muito à frente. Casou-se com um vestido curto, com uma minissaia, com uma coroa na cabeça, pela igreja. Era uma mulher incrível, aquela mulher que processou o banco em que trabalhou, pediu reinserção, continua a trabalhar lá depois de ganhar o processo... Como não admirar uma mulher assim? Como não te inspirares numa mulher como a minha mãe? E também foi mãe cedo, muito cedo, muito cedo, mas isso não a impediu de viver."

Bastante comovida, Conceição Queiroz recordou-se, também, do momento em que tomou consciência de que era órfã de mãe: "Já não sei o que é que me tinham feito, qualquer coisa que aconteceu. Cheguei a casa a chorar e a minha avó disse-me: 'Mas ainda continuam a chatear a minha filha (ela trata-me por filha)? Ela é órfã!' Quando a minha avó diz que eu era órfã é que houve uma tomada de consciência. É uma coisa que carregas para o resto da vida, não tem como. Não vou dizer que admiro as pessoas que encaram isso com a maior das naturalidades. Respeito, o que é diferente."

"Tens de ter uma força e, muitas vezes, não sabemos de onde vem. Nunca fiz terapia. Nunca fui a um psicólogo, nunca fui a um psiquiatra, nunca tomei um antidepressivo, nunca tomei um ansiolítico... Acho que a melhor terapia é o trabalho", assumiu Conceição Queiroz.

Veja, agora, o vídeo da declarações exclusivas de Conceição Queiroz.

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