Patrícia Matos: "Acreditava que todas as pessoas eram boas e ninguém fazia mal a ninguém"

Foi através do blogue "Deve Ser de Mim" que Patrícia Matos decidiu partilhar uma memória antiga que a marcou para sempre.

O dia 4 de setembro de 2009 nunca vai ser esquecido pela pivô, porque foi o dia em que tudo mudou na sua vida.

"Primeiro, houve uma implosão da pessoa que eu era. Naquela altura eu acreditava que todas as pessoas eram boas e ninguém fazia mal a ninguém. Ainda que não fosse completamente inocente… eu acreditava. Que não havia dessas coisas para comigo. Que eu não tinha nada digno de cobiça. Até este dia. Fiquei a perceber que, de facto, não era assim. Alguém me disse, quase a chamar-me louca: 'Não tens noção do alcance do que estás a fazer!'. Mas tinha. Aprendi a olhar por cima do ombro. A ouvir, mais do que a falar. Ganhei nervos de aço", contou a jornalista, sobre o dia em que apresentou pela primeira vez o "Jornal Nacional".

"Foi o mas visto do ano e a audiência cresceu ao longo do programa. Devo ter feito alguma coisa bem. 'Já viu as audiências de ontem? Muitos parabéns!', esta mensagem vinha acompanhada dos números, no dia seguinte. Só podia estar orgulhosa, como estou hoje, passados nove anos. Não aproveitei a espuma dos dias, o facilitismo, não havia nenhuma razão para o fazer. Nunca me arrependi", recordou Patrícia Matos.

Quase uma década depois, a pivô não esquece o que viveu e o que sentiu: "Lembro-me de quase tudo, nesse dia. E dos dias anteriores, também. Sei quem esteve ao meu lado, estou a vê-los, todos encostados a uma secretária, na redação. A olhar para mim. São os mesmos, hoje. Lembro-me de estar a escolher jóias com a Dora Rogério e ela tirar os brincos que estava a usar e mos oferecer. Foi uma espécie de amuleto. Ela pode não se lembrar mas eu não me esqueci. Guardo um papel que a Ana Leal me deu umas horas antes, para ter comigo. Lembro-me de todas as mensagens que recebi: as que me transmitiram pessoalmente, de ternura e carinho mas também as dissimuladas, oportunas, as facas nas costas. Lembro dos SMS: 'Confio em ti', 'Estou aí, sentada ao teu lado', 'Não havia melhor escolha', 'É claro que vais fazer isso. E bem'. E uma, que recebi depois. 'Quem esperava que caísses… pode continuar à espera'. Eu sei que também havia disso. Sabem o que me sossega? É saber, também, que quem tomou a decisão, ainda hoje, não está arrependido da escolha. E isso… é inabalável."

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