Pedro Crispim: "É um amor que não encontro nos braços de mais ninguém"

A SELFIE desafiou Pedro Crispim a revelar qual será a primeira pessoa que vai querer abraçar e beijar quando esta pandemia do coronavírus terminar.

O stylist começou por fazer uma análise à situação que estamos a viver, alertando para as mudanças que irão acontecer dentro de nós: "Esta é uma fase em que vivemos um misto de sentimentos e de emoções, em que tudo está muito à flor da pele. Começamos a organizar as gavetas emocionais, as gavetas de pensamento."

Para Pedro Crispim, esta é a altura certa para repensarmos prioridades: "Apesar de estarmos longe das pessoas que amamos, damo-nos conta de que deviam ter sido sempre a nossa prioridade e nem sempre foram, no meio de uma agenda, muitas das vezes, preenchida, no meio do 'corre corre' do dia a dia...  E é engraçado, porque eu acho que, nesta altura, as pessoas percebem que, mais do que ver, é sentir. Nesta altura, nós nem vemos as pessoas que amamos, mas nós sentimos que elas estão connosco, nós vemos que elas estão preocupadas connosco."

Quando esta pandemia acabar, o stylist tem muitos amigos e colegas que quer abraçar, mas os pais são aqueles de quem guarda mais saudades: "Não há pessoas que nos queiram tão bem como os nossos pais. Os meus pais são os maiores. Foram eles que me fizeram, as minhas bases foram eles que as colocaram e eu sou o homem que sou graças a eles. Embora não consiga estar com eles (eles estão no Alentejo), o abraço deles é um abraço que não há ninguém que consiga ter igual. O abraço dos nossos pais é único, é um porto seguro. o abraço deles aconchega, aquece... é um abraço demorado, é um abraço que fica, é um abraço incondicional, e eu preciso desse abraço para recarregar energias, para recarregar baterias. Esse abraço diz-nos, sempre, que as coisas vão correr bem. É engraçado, o abraço dos nossos pais cheira a amor. O amor tem cheiro, o amor tem toque e, de tudo o que é necessário, de tudo o que sentimos falta nesta altura do campeonato... além do carro, do trabalho, da agenda preenchida, daquele café... é do abraço. É o sentir, não é o ver, é o sentir, mas eu sei que esse abraço, mais tarde ou mais cedo, vai acontecer, e, quando acontecer, vai mudar a direção da minha vida, porque, obviamente, nessa altura, nada vai ser como dantes."

Ainda sobre as mudanças que esta quarentena vai provocar nas pessoas, Pedro Crispim não tem dúvidas: "A forma como nós estamos, até a nível de relações... não vai ser igual, e eu espero que este abanão que estamos aqui todos a levar traga na bagagem uma lição, que nos acorde, que nos faça voltar a acreditar nos outros, a cuidar dos outros, a proteger. Eu acho que as pessoas andavam demasiado distraídas, demasiado focadas, com outras prioridades, e, neste momento, acho que a prioridade maior tem de ser as pessoas, tem de ser os nossos... os nossos amigos, as nossas gentes, a nossa família. A minha prioridade, neste momento, será estar com a minha família, com os meus pais, os meus dois amores que eu amo tanto... É um amor único, um amor incondicional, um amor que eu não encontro nos braços de mais ninguém. E, quando esta guerra acabar, eu vou estar com os meus guerreiros."

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