Manuel Luís Goucha: "Compreendo quantos se sentem traídos "

Depois de ter confessado, em entrevista à revista Cristina, que ficou "em choque" por ter perdido o seu "amor televisivo", o apresentador publicou um longo texto no blogue, no qual abordou a saída da colega da TVI.

"Em momento algum me senti zangado, como li em alguns sítios, onde habitualmente se chocalha a mentira e a raiva. Ao saber, duas semanas antes de a notícia cair no domínio público e da boca da própria, que a Cristina havia decidido não renovar contrato com a TVI, tendo optado por um novo desafio, senti que o inevitável acontecera: a dupla que melhores resultados conquistara nos últimos 14 anos nas audiências televisivas acabava. É que se eu fosse diretor de programas faria o mesmo: tentaria amputar a dupla ainda por cima sabendo que os contratos de um e de outro estariam a terminar. Já outros o haviam tentado anteriormente (escusam de negar) ainda que sem êxito. Foi desta! É assim o mercado de televisão… afinal como qualquer outro mercado competitivo. Compreendo quantos se sentem traídos (talvez por me ter acontecido o mesmo há 16 anos, quando saí da RTP) tal a ligação empática que, nestes programas de companhia, se estabelece entre quem apresenta e quem vê, é como se fôssemos da família, provavelmente os mesmos que perguntam agora: 'Onde fica a amizade?' – como se o afeto que nasceu no decorrer desta intensa relação profissional de tantos anos fosse tão frágil que não resistisse à mudança e a uma contratação, por muito mediatizada que seja, como é o caso por razões óbvias. O afeto cimentado na cumplicidade, no companheirismo e no entendimento que temos da nossa função é inquebrantável, como qualquer sentimento que seja sustentado pela coesão e pela verdade", começou por escrever o apresentador.

As saudades, essas, vão chegar: "Claro que me faz falta a sua gargalhada escancarada logo pela manhã, o seu jeito de subverter, de desconstruir, o seu olhar vibrante de espanto… mas tê-los-ei sempre que quiser, basta um telefonema, um encontro para um almoço ou para um abraço. É o que fica e é tanto a deixar cicatrizes na memória! A vida é isto, para cada um de nós, faz-se de mudança, de desafios. Que nos convocam, inquietam, põem à prova. Que fazer? Ficar quieto no nosso canto ou ir à luta? É voar e ser feliz! Não somos de nos acomodar, por isso o futuro, para um e outro, já começou! Até já… meu amor!"

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