Manuel Luís Goucha elogia Diogo Infante: "É preciso ser-se muito homem para se ser gay"

Manuel Luís Goucha comentou a entrevista dada por Diogo Infante a Fátima Lopes no programa "Conta-me Como És" e elogiou a postura do ator, que fez questão de se declarar ao companheiro de três décadas, Rui Calapez.

  • 4 ago 2018, 11:00
Ana Albernaz

Foi na habitual rubrica "Crónica Social", do programa "Você Na TV", ao lado dos comentadores Cinha Jardim e Flávio Furtado, que o apresentador revelou que as palavras de Diogo Infante o levaram logo a agir e a "mandar uma mensagem a dizer: 'Que grande declaração de amor acabaste de fazer'". Mas, logo de seguida, Manuel Luís Goucha comentou que percebeu que "era muito mais do que isso".

"É um homem grato. É um homem grato com a vida e com alguém que acompanha, não interessa se é homem ou mulher. É um homem grato em relação ao seu companheiro - são casados, mas usou a palavra companheiro - de 30 anos. Acho muito bonito dizermos obrigado ao outro e sermos gratos à vida. É um homem superior", elogiou o apresentador.

"Depois dei-me ao trabalho - porque é mesmo dar-me ao trabalho - de ir ler alguns comentários, porque eu sabia inevitavelmente que haveria pessoas de forma nojenta, abjeta, feia, menor a falar. E eu penso assim: como é que estas pessoas se atrevem, estamos a falar de um ser superior. Ser superior porquê? Pela história do teatro, daqui a 50 anos, quando se falar da história do teatro em Portugal tem de se falar de Diogo Infante, como ator, como encenador, como protagonista. Quando se falar da história da televisão, tem de se falar de Diogo Infante. Portanto, ele deixou marca. Ele vence além da morte, porque para sempre estão plasmadas e registadas os filmes e as novelas", afirmou, convicto, o apresentador do "Você Na TV", sendo aplaudido pelo público presente no estúdio.

Para rematar, Manuel Luís Goucha garantiu que "o mundo mudou" e que o "facto de amarmos alguém do mesmo género não nos impede de sermos pais". No final, sublinhou: "Ainda há tanto preconceito no nosso país que é preciso ser-se muito homem para se ser gay".