Entrevistas

Bruno de Carvalho assume-se "feliz" com desafio inesperado: "Ninguém imaginava"

O cantor angolano Scró Que Cuia e Bruno de Carvalho lançaram, no decorrer desta semana, a música "Castigo". A SELFIE esteve à conversa com o DJ sobre o tema.

Como surgiu a ideia da campanha de marketing antes de lançarem a música? Ou seja, toda aquela questão das ameaças e do suposto combate de boxe?
Quisemos fazer um bocadinho diferente, para chamar a atenção das pessoas. De uma coisa tínhamos a certeza: ninguém imaginava que eu iria cantar e dançar. Portanto, houve muita gente que acreditou nesta campanha. Quando filmámos o videoclipe, estivemos a definir esta estratégia, que era de um combate. Por acaso, havia quem tivesse levado luvas e lembrámo-nos de fazer o tal combate. O combate seria a própria música.

As pessoas acreditaram mesmo na vossa suposta briga.
Sim. Aliás, houve pessoas que me mandaram mensagens. 'Não se desgrace, olhe a Liliana'; 'Bruno, olhe a sua família'. Para o Scró, era mais 'onde é que há bilhetes?'; 'Onde é que vai passar o combate?'. Para o lado dele era mais business, para o meu lado era mais a preocupação. Como era tão imprevisível que acabasse numa música, apesar de haver pessoas que diziam que vinha daí uma música, mas pensavam que eu fazia a batida, por exemplo, e que o Scró cantava e seria essa a junção.

Fale-nos dos vídeos desta campanha.
Foi muito giro, porque assim também treinei [desportos de combate]. Treinei várias vezes, à medida que os vídeos iam sendo feitos. Além disto, fomos pondo na cabeça das pessoas a palavra espreme, castigo [presentes na música]. Quando surge a música, aquilo parecia já quase viral.

Como se conheceram?
Conhecemo-nos no Afro Music Channel. Depois ele lançou-me o convite, eu aceitei e ele ia morrendo. Já não sabia qual seria o passo a seguir. Ficou ali um bocadinho [sem saber o que dizer]... eu disse, passado uns dias: 'Como é, vamos fazer, ou não vamos fazer?'. Dei-lhe mais força, ainda, para fazermos isto acontecer.

Por que razão aceitou o convite?
Gosto de desafios e, estando no mundo da música, fazia sentido. Neste momento, tenho feito vários remix de músicas funk, que nunca tinha feito. Têm corrido bem. Vou mantendo a minha alma de techno e percebi a reação das pessoas. Quando o Scró me lança o convite pensei: 'mas alguma vez passou pela cabeça de alguém ouvir um ex-presidente do Sporting a cantar Kuduro? Não! Ótimo! Se é não, para mim, é sim'. Foi, um bocadinho, como o 'TVI Extra' [onde é comentador], que não é o modelo que eu quero, propriamente. Tento olhar sempre para os desafios de forma a poder melhorar, enquanto pessoa. Tento ir sempre para o desconforto. Acho que fiz bem. Fico feliz, tenho raízes africanas, nasci em Moçambique e a minha mãe em Angola. Está a haver uma aceitação muito boa. Claro que há aqueles comentários negativos, mas que só ajudam. Tem sido muito giro.

O balanço está a ser positivo.
Muito! Isto está a fazer história. É difícil um Kuduro conseguir 100 mil visualizações em apenas 17 horas. Temos recebido telefonemas e apoio de muita gente, de todo o lado. Foi uma aposta certa. Temos muitos convites para ir a programas de televisão. Não tenho dúvida alguma de que vai ser um dos hits de verão. A música está muito boa!

Relacionados

Patrocinados