Por que razão os filhos preferem as mães em certas fases?

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No segundo episódio da segunda temporada da rubrica Bem Me Quer by Barral, Cátia Soares recebe a psicóloga Tânia Correia e o apresentador João Montez para falar sobre o papel do pai.

No segundo episódio da rubrica Bem Me Quer by Barral, falamos sobre o papel do pai e respondemos a muitas das questões sobre o tema que nos foram colocadas pelos seguidores nas redes sociais. Desta vez, a coordenadora editorial da SELFIE, Cátia Soares, conta com a presença habitual da psicóloga Tânia Correia e de um convidado muito especial: o apresentador João Montez.

Um dos temas abordados tem a ver com aquelas fases em que os filhos querem especificamente as mães e afastam os pais.

"Quando eu e a Inês decidimos que estávamos prontos para ser pais, concordámos que só fazia sentido para os dois que esta coisa da parentalidade fosse realmente algo dividido. Muitas vezes, isso não acontece e a mãe acaba por tomar as rédeas, por assumir o controlo e o pai vai-se alienando, se calhar até nada mal intencionado, mas vai-se sentando e ficando. Mas eu posso dizer que, todos os dias, luto para ganhar esse lugar na vida da minha filha e na vida familiar, para conseguir cuidar dela no meu tempo e para que me dêem o meu espaço", começa por contar João Montez, que é pai de Maria Luísa, de dois anos, fruto da relação com Inês Gutierrez.

Mas e quando os filhos querem especificamente as mães? De que forma é que os pais podem lidar com a situação? O apresentador assume que já passou por várias fases, ao longo destes dois anos da filha.

"Aqui há uns meses, passei muito essa fase de a minha filha querer só e apenas a mãe, mas eu também estava lá e eu também queria estar lá e fazer parte. E, não vou mentir, é difícil, mas acho que aquilo que tem funcionado comigo tem sido estar presente. Muitas vezes, quando ela tem essa preferência pela mãe, eu estou lá na mesma ao lado. E é um presente que é estar mesmo presente, não é estar presente e estar no telefone", frisa.

Tânia Correia explica por que é isto acontece: "Não tem a ver com o pai não estar devidamente envolvido. Não é isso que leva a criança a não querer estar com o pai. Claro que é difícil, porque toca um bocadinho aqui numa zona que é sensível para a maior parte de nós, que é sentirmos-nos rejeitados. É fundamental haver este lado que não desiste, haver esta noção de que isto não é pessoal, de que não é uma rejeição consciente, de que isto não me tira o meu valor enquanto pai. Ao ficar, o João está a passar uma mensagem muito importante para a Maria Luísa, tal como os outros pais que ficam também passam: a mensagem de que este amor é incondicional. Nenhuma criança vai ter estas fases para sempre. Depois, chega a uma altura em que, às vezes, até muda um bocado. As urgências mais biológicas vão ser cada vez menores e vão dar lugar a necessidades mais emocionais e depois a umas até mais cognitivas. E, aí, o pai já tem todo o espaço para ocupar."

 

Bem Me Quer by Barral é uma rubrica sobre maternidade, parentalidade e saúde mental de pais e filhos. Neste projeto, a SELFIE conta com a psicóloga Tânia Correia e com o apoio da Barral, um parceiro que se preocupa, acima de tudo, com o bem-estar das famílias.

Tânia Correia | Psicóloga, mestre em Psicoterapia Cognitiva-Comportamental na área da infância e adolescência | OPP: 24317

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