Entrevistas

Ângela Ferreira radiante com nova conquista: "Finalmente, conseguimos"

Depois da reportagem "Amor sem fim", da TVI, Portugal ficou a conhecer a história de Ângela Ferreira, que, agora, conseguiu dar (mais) um importante passo para realizar o sonho de engravidar do falecido marido.

Foi em 2020 que uma série de reportagens da TVI deu a conhecer ao país a luta de Ângela Ferreira para engravidar de Hugo Neves, o marido que tinha morrido de cancro. Este trabalho jornalístico, da autoria de Emanuel Monteiro, mobilizou o país e mais de 100 mil pessoas e vários partidos políticos juntaram-se a esta causa, fazendo com que, no passado dia 22 de outubro, um novo decreto sobre a inseminação pós-morte tenha sido aprovado. E, depois de um veto do Presidente da República, a nova lei da procriação medicamente assistida entrou em vigor em novembro do ano passado.

O desejo de Ângela Ferreira parecia mais perto de se cumprir e, um ano e meio depois, a barbeira tornou-se a primeira mulher a ser inseminada com sémen de um homem morto, em Portugal. Só que Ângela Ferreira sofreu um novo revés, ao perceber que o Conselho Nacional da Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), entidade reguladora da medicina de reprodução, fazia uma interpretação redutora da nova lei da procriação medicamente assistida, e entendia que o texto legal só permitia o recurso à inseminação artificial pós-morte, uma técnica com uma taxa de sucesso máxima de 20%.

Em declarações exclusivas à SELFIE, Ângela Ferreira falou sobre esta "corrida em direção ao sonho", após a inseminação realizada em fevereiro, no Hospital de São João no Porto, que resultou no resultado negativo do teste de gravidez. "Foi, sem dúvida, um balde de água fria", afirmou, na altura, Ângela Ferreira, que não baixou os braços e continuou a lutar.

Agora, o pedido de esclarecimento da Assembleia da República deu frutos e o parecer indica que deixa de haver restrições nas técnicas a aplicar.

À SELFIE, a viúva de Hugo Neves afirma, após ser conhecida esta decisão: "Estou super feliz, com a sensação de dever cumprido, agora que já não há discriminação em relação ao tipo de tratamentos para mulheres na mesma situação do que eu."

"Agora, finalmente, sinto que já podemos festejar", reforça, visivelmente feliz com o desfecho deste impasse que classificou como "uma corrida contra o tempo", dado que "sémen do Hugo está preservado há mais de cinco anos e, portanto, começa a perder qualidade".

Assim, Ângela Ferreira explica o que vai fazer a seguir: "Agora, tenho que decidir onde irei fazer o tratamento. É iniciar as consultas, para puder iniciar os tratamentos assim que possível."

No final da entrevista, Ângela Ferreira recorda Hugo Neves, o amor da sua vida, e revela quais as primeiras palavras que lhe "disse", assim que soube desta decisão: "Finalmente, conseguimos, espero que estejas tão orgulhoso por todo este percurso porque feliz sei que estás tanto quanto eu."

Recorde, agora, a carta aberta que Ângela Ferreira escreveu, em exclusivo, para a SELFIE e reveja as reportagens "Amor sem fim", da TVI.

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