Tem saudades da televisão?
Eu não concordo com aquele provérbio que diz: "Não voltes a um sítio onde foste feliz". Eu gosto de voltar aos sítios onde já fui feliz.
E volta, de vez em quando, à antena da TVI.
Sempre que me convidarem, virei com todo o gosto. Primeiro, porque tenho muito orgulho daquilo que construí na TVI. Tenho orgulho da minha carreira, enquanto jornalista, e tenho orgulho das relações que construí na TVI. E reconheço muito valor a esta empresa.
Foram quantos anos na TVI?
Nove.
E saiu há quantos?
Saí em 2008.
São nove anos de boas memórias?
Sim. E de muita aprendizagem. Comecei a minha carreira como jornalista na RTP. Depois, fui convidada para ir para a TVI. Foram anos de muita construção, de muita aprendizagem e de muito crescimento, quer pessoal quer profissional. De fazer alguns disparates, mas a aprender com eles também. Foram anos em que também acho que tive muitas boas oportunidades e soube trabalhá-las.
E continua em si alho da jornalista?
Acho que ficará sempre.
O quê?
A irreverência, a resiliência, a impaciência, a curiosidade... Acho que são características que definem um bom jornalista e acho que as tenho como pessoa. Qualquer um de nós pode ser um bom jornalista, um bom contador de histórias... E eu gosto de pessoas. Acho que sou naturalmente uma pessoa de pessoas.
E empresta algo do jornalismo naquilo que faz hoje em dia?
Continuo na EDP. Trabalho as áreas de comunicação e da marca. Portanto, nunca deixei esses skills.
E nunca se arrependeu de ter deixado o jornalismo?
Arrepender-me, não. Lembro-me de, nas primeiras eleições autárquicas depois de ter saído, estar sentada no sofá e mandar uma mensagem para o José Eduardo Moniz, que também tinha saído da empresa há pouco tempo, a dizer-lhe: "Visto do sofá, isto é estranho, não é?". Portanto, não são bem saudades. De repente, acontece qualquer coisa no País ou no Mundo e penso: "Hum..."
E continua a sentir isso hoje?
Sem dúvida. Mas acho que isso ficará sempre.
Nunca mais voltará ao jornalismo?
Não faço a mínima ideia.
Mas não exclui essa hipótese.
Nunca. Mas eu não excluo nada. Não tenho essa atitude na vida.
Mas é feliz no caminho que escolheu.
Sou muito feliz. Tenho uma sorte danada, porque em toda a minha vida trabalhei com grandes líderes que me ensinaram imenso e com quem aprendi imenso. Fui sempre feliz em todas as profissões que tive.
Veja, agora, na galeria que preparámos para si, como está a antiga jornalista Ana Sofia Vinhas.