Ao longo destes 5 anos, qual foi o caso mais desafiante?
Nestes últimos cinco anos, todos os casos foram especiais. Tinham a sua complexidade. O segredo está no planeamento e numa equipa muito disciplinada. Conseguimos falar e expôr o nosso ponto de vista, com um objetivo comum: criarmos sorrisos. Sorrisos esses que têm perdurado e que são para a vida. Isso é o que nos deixa, acima de tudo, felizes, quando vimos que o nosso projeto se torna, ano após ano, cada vez melhor, e cada vez ajudamos mais pessoas.
Qual a história que mais o marcou?
Não tenho uma história que me tenha marcado mais. Tenho, sim, várias histórias que me marcaram. Tenho a história de um menino... Quis agradecer à pessoa que o acolheu, depois de ele ter sido abandonado em cima de um capô de um carro. Tenho a história de uma pessoa que ficou viúva, com três filhos... muito complicado. Agora, há muitas histórias que dão alegrias e me marcam pela alegria e pelo afeto. Há uma história de uma pessoa, que é a Maria Pequena, uma peixeira e uma pessoa que nos deixa de coração cheio. [...] Felizmente, todas [as histórias] têm o seu lado positivo.
É reconhecido na rua?
O reconhecimento que tenho na rua, de outras pessoas, é um reconhecimento que já existia, porque eu não mudei os meus hábitos e continuou a tomar café nos mesmos sítios. Continuo a ir aos mesmos sítios às compras. [...] As minhas rotinas sempre foram as mesmas. Felizmente, sou uma pessoa de rotinas, por isso, quando há o reconhecimento, é pontual. O mais importante do reconhecimento é sermos reconhecidos como pessoas de bem, e não como uma pessoa que vai à televisão, ou faz aquilo e aqueloutro. Acho que é mais pela nossa conduta, por exemplo, dentro da sociedade
Como tem sido levar tantos sorrisos a quem mais precisa?
Levar sorrisos a quem não os tem faz de mim uma pessoa melhor. [...] Quando não vou para a estrada, fico com um "bichinho" e a produção sabe disso, porque eu gosto de ir e conquistar as pessoas que já não acreditam no amanhã. Gosto de mostrar às pessoas que vale a pena pensarem nelas, que vale a pena acreditarem que há um mundo melhor. E que só depende do nosso estado de espírito.
O que é que ficou por detrás das câmeras?
Há muita emoção por detrás das câmaras, há sentimentos que não se conseguem descrever. Muitas vezes, vou para casa de coração apertado. Com um frio de "por que é que estas pessoas sofreram tanto?", "por que é que, às vezes, a vida é tão cruel com algumas pessoas?". Valorizo muito o que tenho, e agradeço, sempre, a Deus, nas minhas orações diárias.
Passados 5 anos, sente o dever cumprido?
Sinto o dever cumprido, sobre o que foi feito, sim. Está atingido. Agora, há muito mais para fazermos. Acho que a equipa do "Senhor Doutor" agora, sim, está preparada para fazer mais e melhor. Uma equipa dinâmica, responsável e muito, muito pura. No sentido, em que são pessoas que se deram à causa do "Senhor Doutor". [...] Não é só dar-lhes os sorrisos, é, sim, ajudar em tudo o que precisam, com a dispensa, medicamentos, com a carta de condução, com o carro que é preciso para ir trabalhar, com o emprego. Já fizemos tanta coisa, mas há muito, ainda, por fazer.
O que é que falta fazer, que ainda não tenha feito?
Tenho tanta coisa por fazer que ficávamos, aqui, mais um ano [risos]. Tenho muita coisa para fazer, pelo próximo. [...] Gostava de reabilitar uma família inteira. Gostava de ir até África ajudar pessoas. [...] Obrigado, TVI e Fátima Lopes.