Luís Esparteiro sobre personagem com E.L.A: "É um alerta para as pessoas estarem mais atentas"

Na passada quarta-feira, dia 21, comemorou-se o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e nesse sentido, a APELA (Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica) organizou um espaço de reflexão, onde foram debatidos vários temas relacionados com esta doença.

Luís Esparteiro foi um dos convidados para o evento, uma vez que a sua personagem em "Ouro Verde"; Miguel Ferreira da Fonseca, irá sofrer dessa doença. O ator falou sobre o processo de construção de uma personagem com esta condição.

A Selfie também esteve à conversa com Luís Esparteiro sobre este tema.

1 - Como encarou o desafio?

Encarei tranquilamente. Quando soube que a personagem ia ter ELA, tentei informar-me mais do que sabia em relação à doença, mas sempre na expetativa de saber como ia evoluir a doença na personagem. Eu teria de estar preparado para o que me fosse apresentado.

2 - Já conhecia a doença antes? Como é que se preparou para este papel?

Já conhecia a doença. Procurei informar-me para saber como é a evolução da doença e o que tinha de fazer para manifestar esses sintomas. Foi um trabalho diário de pesquisa, mas muito apoiado pela autoria da novela.

3 - Qual foi a parte mais difícil do desafio?

As pessoas não ficam incapacitadas, imediatamente. A parte mais difícil é tentar dosear essas incapacidades, ao longo do tempo. Como a doença não evoluiu muito na personagem, não foi tão complicado como isso.

4 - Aprendeu algo especial com este papel?

Não há nada como sentir as coisas! Dá para perceber que quando, realmente, há incapacidades as coisas mais simples de fazer tornam-se complicadas. O vestir, abotoar uma camisa, o abrir uma porta, quando as pessoas perdem a sensibilidade e a força…as coisas mais simples ficam muito complicadas. Apercebemo-nos um bocadinho melhor das limitações que as pessoas vão tendo.

5 - Considera que é um passo importante, introduzir uma personagem com esta doença, numa novela?

É um alerta, não só para esta doença, como para todas as doenças incapacitantes. É um alerta para, socialmente, as pessoas estarem mais atentas e o que puderem fazer para ajudar, contribuir e apoiar. Há mais gente com doenças incapacitantes, do que podemos pensar.

 

Créditos das fotografias: Guilherme Pires (EPI - Escola Profissional de Imagem)

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