Miguel Azevedo começou por recordar que, quando nasceu, foi diagnosticada uma doença ao pai: esclerose múltipla.
"A doença do meu pai levou-o à decadência, ano após ano. A dada altura, a minha mãe percebeu que tinha de assumir o controlo. Os meus pais venderam a casa, em Mora, fecharam o restaurante e fomos viver para a casa dos meus avós", começou por contar o artista, de 35 anos.
Visivelmente comovido, Miguel Azevedo recordou, ainda, o dia em que o pai faleceu: "Num dia marcante, estava na escola... e o meu pai tinha chegado ao fim. Despedi-me do meu pai num abraço que nunca esqueci. Foi importante aquele abraço. Foi importante para terminar aquele ciclo. Percebi que tinha de avançar."
Mais recentemente, a pandemia marcou outra fase complicada, na vida do cantor popular. "Foi um ano muito difícil. Vendi a minha casa e vivi, durante ano e meio, dentro do escritório e do armazém [da empresa de cortiça de que é proprietário]. Chorei, muitas vezes, sozinho", admitiu.
"O que mais me afetou e mais me deitou abaixo foi, sem dúvida, o facto de me calarem a boca", acrescentou, referindo-se ao facto de não ter tido concertos agendados durante muitos meses.
Sempre pronto para arregaçar as mangas, Miguel Azevedo tomou uma decisão importante, para contornar mais esta etapa difícil. "Pensei: 'Vou gravar o meu primeiro álbum. Está na altura!'", recordou.
Veja, agora, o vídeo da curva da vida de Miguel Azevedo.