Patrícia Matos recorda momento "terrível": "Andei a sonhar com aquela situação"

Foi através do blogue "Deve Ser de Mim" que Patrícia Matos partilhou a história de um dia de trabalho memorável.

A jornalista da TVI não esquece um episódio difícil que viveu durante uma reportagem, na qual chegou a ser apedrejada por manifestantes, em Lisboa. Patrícia Matos faz, agora, questão de recordar esse momento difícil e de partilhá-lo com os subscritores do blogue.

"No dia em que manifestantes atearam fogo a caixotes do lixo, em várias ruas de Lisboa, estávamos em directo. Foi 12 ou 13 de Novembro de 2012 e eu tinha começado a acompanhar a manifestação desde o ponto 0, na praça do Rossio. Subimos o Chiado em conversa com Francisco Louçã (das entrevistas mais importantes da minha carreira), ouvimos protestos, cânticos de protesto (a chanceller Ângela Merkel tinha estado em Lisboa na véspera) e acabámos na Assembleia. Tinha sido dia de greve geral, as ruas estavam cheia de pessoas a protestar contra a austeridade que o país atravessava e que afetava diretamente a vida das suas famílias. Houve cânticos e houve gritos, houve tudo e depois dos discursos dos líderes das centrais sindicais houve também desacatos", começou por relatar.

A dada a altura, a pivô chegou mesmo a correr perigo: "[...] Depois, começou o arremesso de pedras e rebentamento de petardos e a situação ficou tão descontrolada que até nós, jornalistas, ficamos sem saber o que fazer. A noite caiu e o Corpo de Intervenção da PSP avançou mesmo. Sem escolha, sem hesitação.[...] o melhor que conseguimos foi esconder-nos atrás de um dos carros estacionados. Estivemos sempre em directo, na TVI 24, até mesmo quando choveram pedras da calçada para cima de nós."

"Se foi difícil? Foi terrível.[...] Demorou até perceber que fiquei com um alto enorme na testa, tipo ovo, que me impediu de trabalhar nos dias seguintes. Andei a sonhar com aquela situação no pouco que dormi. Não somos heróis, muito longe disso, outros colegas ficaram mais feridos que nós, foram para o bloco operatório nos dias seguintes… e nós fomos para casa. [...] Em 9 anos, não houve situação semelhante. Se fosse hoje faria tudo igual. Tudo. E escolheria as mesmas pessoas, para formar equipa. Eles sabem o que se passou ali. Televisão é isso, é equipa. TVI 24 é isso: É EQUIPA", concluiu.

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