"As feridas tardam em sarar. Não há como esquecer. As marcas das feridas não desaparecem. Permanecem ocultas, mas estão lá. Mais intensa do que a dor da rejeição, é a dor da indiferença. Sentirmos que aquilo que somos, aquilo que sentimos, que a nossa capacidade de dar e de entrega não comove aqueles que estão perto de nós e que, acreditamos, nos amam", começou por escrever a jornalista.
No mesmo texto, Judite Sousa refletiu, ainda, sobre o perdão: "Muitas vezes, estamos a mentir perante nós próprios. Queremos enganarmo-nos e tropeçamos na ideia do perdão ou do não perdão. Tenho para mim que os fracos não sabem perdoar. Falta-lhes a grandeza para olharem os outros com abnegação e condescendência e conseguirem libertar-se dos seus demónios. Mas há diversos tipos de perdão. O que nos destrói fica para sempre. É como uma queimadura que deixa marca e essa marca nunca sai. É uma espécie de fatalidade."
"As feridas psicológicas são as que mais tardam em sarar. Quando conseguimos libertar-nos delas, é um alívio. Mas nem sempre isso acontece, até porque há pessoas que vivem todos os segundos das suas vidas marcadas pela ferida. Dói muito. Sangra", concluiu.
Recorde-se que a pivô e diretora-adjunta de Informação da TVI perdeu o único filho, André Sousa Bessa, num acidente, em 2014.
Acompanhe o blogue da jornalista AQUI