Cristina Ferreira: "Eu era outra mulher"

A apresentadora desafiou os fãs a enviarem-lhe perguntas e escolheu dez para responder no blogue Daily Cristina.

Questionada sobre a origem da sua força e motivação, Cristina Ferreira revelou: "Eu sou uma líder exigente. [...] A minha equipa é perfeita, e tenho as pessoas certas perto de mim. Se eu cair sei que alguém me vai levantar. Isso faz-me não ter medo de caminhar."

Voltar ao sítio onde cresceu continua a ser fundamental para a apresentadora, que reconheceu: "Este meu percurso profissional demorou algum tempo, a subida foi lenta e com muitos momentos de alguma dúvida. [...] Eu nunca quis deixar a que considero ser a 'Cristina'. No fundo, eu nunca me quis deslumbrar nem tirar os pés da terra. Voltar todos os dias ao local de onde parti faz-me lembrar quem sou, de onde venho, o que realmente importa na vida. E é onde estão os meus. Os que sabem realmente que a minha vida está muito para além das câmaras de televisão e dos holofotes."

Sobre o papel de mãe, Cristina Ferreira desabafou: "Li várias vezes, em comentários: 'Então e o filho? Quando é que dá atenção ao filho? Onde é que fica o filho?' E nunca esse tipo de comentários me afetou. Foram mesmo os que nunca me atingiram. É essa 'culpa' que nos atribuem, a nós mulheres, que faz com que, muitas delas, abdiquem de sonhos e realizações profissionais. Eu nunca a senti. Tenho a sorte de uma estrutura familiar muito coesa, de um pai do meu filho extraordinário, e de saber me organizar para não falhar enquanto mãe. Impus a todas as pessoas com que trabalho que às 18:00 horas termina a Cristina profissional. Salvo exceções impostas por alguns projetos, estou em casa todos os dias a essa hora. Vou buscá-lo muitas vezes à escola, vou pô-lo e buscá-lo às atividades, viajamos quase sempre juntos, faço o jantar, dou-lhe banho, vai às compras comigo, lemos, brincamos, conversamos e tenho a certeza absoluta de que sou uma mãe atenta. E mais, o meu filho sabe que a mãe é muito feliz a trabalhar, deixo-o com um sorriso e volto com outro. É a melhor herança que lhe deixo."

Quanto ao que ficou pelo caminho ou ao que considera ter perdido, a apresentadora admitiu: "Deixar de ser anónima é muito mais difícil do que imaginam. Pelo menos para mim. Porque se perde a possibilidade de ser livre. Porque eu não sou apenas mais uma mãe no portão da escola, sou a Cristina, porque o meu filho terá sempre de conviver com essa realidade, e a escolha foi minha, porque estamos em observação constante. Não vos sei explicar melhor, mas nunca conseguirão perceber. Só eu."

Apesar de se sentir uma mulher realizada, Cristina Ferreira não escondeu que, também, tem momentos de solidão: "Há dias em que não está ninguém.  Há dias em que no meio da multidão estou só eu. Mas isso não tem nada a ver com o amor e com o não ter um companheiro. Essa solidão não tenho. Tem a ver com as minhas interrogações, com o questionar do meu caminho, se vale a pena, se é isto que quero."

A propósito do amor, a apresentadora frisou: "Já o disse no livro, quando o escrevi: amor é amor, ponto final. É-me impossível imaginar deixar de gostar de alguém que amo. A partilha de espaço é que nem sempre é possível.  O que não me impede de desejar o melhor para a outra pessoa. Uma vez família, família para sempre."

Apresentar o "Dança com as Estrelas" foi um marco importante na carreira e na vida de Cristina Ferreira: "Foi com este programa que ganhei a força que hoje me atribuem. Descobri quem sou como mulher, tornei-me confiante, percebi que no palco tens de ter o parceiro certo. Eu era outra mulher, antes. [...] Um amigo meu disse-me uma vez que eu transformo a inveja e a energia negativa em força. Talvez seja isso. Ter de provar constantemente. E sermos verdade. Nada destrói a verdade. [...] De há uns anos para cá a ideia de que eu sou uma super mulher, que tudo o que toco vira ouro, foi-se enraizando e confesso que, a partir de determinada altura, isso assustou-me. E comecei a dizer por favor deixem-me errar. Porque todos nós, para evoluirmos, temos de errar. Mas ninguém perdoa o erro a quem está lá em cima. E isso é o mais difícil de gerir. Não ter medo de arriscar. Mas, felizmente, nunca até hoje isso me fez desistir de uma ideia ou de um projeto."

Na vida, a apresentadora tem uma certeza: "Que vou conseguir. Sempre. Na televisão ou a vender bifanas."

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