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Catarina Furtado: "O que eu vivi foram situações de assédio sexual"

Catarina Furtado participou no podcast "Cada um sabe de si", da Rádio Comercial, e revelou que, há uns anos, terá sido vítima de assédio sexual.

Catarina Furtado
Catarina Furtado

Foi através das redes sociais que a apresentadora decidiu partilhar um texto, no qual fala sobre uma das questões rápidas - colocadas pelos locutores Joana Azevedo e Diogo Beja - que a levou a fazer uma revelação inesperada.

"Sim, fui entrevistada para o programa da Rádio Comercial "Cada um sabe de si” com a Joana Azevedo e o Diogo Beja e num jogo, de perguntas e respostas rápidas, o meu amigo Diogo pergunta-me 'Qual foi o momento mais embaraçoso da tua vida?' A minha resposta automática e consciente foi: quando fui assediada", começou por dizer.

Catarina ainda explicou o motivo pelo qual decidiu, só agora, fazer tal revelação: "Porque é que até então nunca o tinha dito? Porque de facto nunca calhou e porque de facto existe agora uma espécie de libertação e protecção sobre esta questão. Questão esta que tem variadíssimas variantes e que são essas variantes que me fazem escrever este post: O que eu vivi foram situações de assédio sexual por parte de pessoas que tinham funções hierárquicas acima da minha e eu ainda não era esta mulher forte e conhecedora do mundo real. Era uma muito jovem rapariga, cheia de vontade de provar que gostava de trabalhar e que queria dar o meu melhor, agarrando os meus sonhos. Com mini-saia, de calças, de vestido decotado ou de fato de treino ou gola alta. [...] Eu disse "Não", com medo, e fingindo que não estava a perceber bem, arranjando desculpas e sorrindo para não nascerem conflitos irreparáveis. Consegui. Fiquei orgulhosa.

"[...] O que não se falava há uns anos, felizmente já se pode falar. Conquistou-se um espaço. No entanto é verdade que ainda não existe esse respeito em Portugal, quando, através das redes sociais (ou de um meio de comunicação social) alguma mulher vem a público fazer uma partilha difícil. Os comentários agressivos soltam-se numa espécie de auto defesa e defesa desnorteada de quem nunca verdadeiramente sentiu na pele este abuso de poder. Não pretendo atacar. Pretendo defender.[...] Tudo o resto, a sedução, os piropos, as insinuações sensuais ou sexuais, em pé de igualdade, por parte das mulheres e dos homens, pertencem a outros capítulos", rematou.

 

 

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