Marta Andrino: "Tenho uma 'nova' mãe"

Depois de longos meses a lutar contra um cancro na mama, diagnosticado em 2016, Carla Andrino pode, finalmente, descansar. Os tratamentos chegaram ao fim e a filha, Marta Andrino, em conversa com a Selfie, falou sobre os bons e os maus momentos vividos, durante esta batalha.

Marta Andrino e Carla Andrino
Marta Andrino e Carla Andrino

1. Recentemente, a família recebeu a feliz notícia de que os tratamentos que a sua mãe, Carla Andrino, fez contra o cancro da mama chegaram ao fim. Leve-nos até este momento de alívio.

O fim dos tratamentos significa que está tudo controlado, que a prevenção acabou e que agora é "apenas" a vigia. É um alívio saber que já passou. Que já não há tantas idas ao IPO, que tudo volta "ao normal", embora a minha mãe nunca tenha parado de trabalhar ou de fazer a sua rotina. 

2. Na entrevista que fez para a revista Cristina, a sua mãe disse que não tinha ficado "sem chão”, quando recebeu o diagnóstico... E em si, que impacto teve esta notícia?

Desde o dia da notícia que pressenti que tudo seria relativamente rápido e “tranquilo”. Sabia que só poderia terminar com um final feliz, foi logo o que lhe disse. Não sei como nem porquê mas reagi de forma tranquila, logo com os olhos postos no que se poderia seguir.

3. “A ter que acontecer, ainda bem que foi depois dos projetos importantes para nós”, disse a sua mãe. Sentiu que a presença dos netos ajudaram a avó na recuperação?

Claro que sim, a ter forças por eles, por nós filhos, pelo meu pai. “A ter que acontecer” que não tivesse sido durante as gravidezes, a gravação do disco do meu pai, ou doutoramento da minha mãe… teria sido tudo muito mais difícil gerir. A vida encarregou-se de “a ter que acontecer”, fosse cada coisa a seu tempo.

4. Na entrevista para a revista Cristina, viu-se que não escondem as emoções... Depois das lágrima de tristeza, houve lágrimas de alegria?

Somos de lágrima fácil, já nos conhecem. Aquele momento da entrevista na revista Cristina foi muito intenso de emoções, mas também muito bonito. O último dia de tratamentos só podia ter acabado em festa. Um jantar em família cheio de lágrimas à mistura.

5. Foi um “murro no estômago” que trouxe algo de positivo para o futuro?

Sem dúvida, só faz sentido passar por tudo isto se depois for possível tirar o lado positivo. Embora altere toda uma dinâmica familiar, estamos todos ainda mais unidos e mais atentos em cuidar de nós. 

6. Depois de tudo, a relação mãe e filha saiu reforçada? Fazem cada vez mais questão dos programas a duas?

Sempre fizemos muitos programas juntas, aliás todos juntos. Talvez tenha aumentado o número de vezes.

7. Tem, agora, uma mãe diferente ou renovada?

Tenho uma “nova” mãe, até brincamos com isso, mas para melhor, para muito melhor. Mais cuidada com a alimentação, mais tranquila, mais bonita e ainda mais forte.

8. Quanto a si, o que é que mudou enquanto pessoa? E, enquanto mãe, de que forma é que a dor e/ou o medo que viveu influenciou o seu papel?​

Não alterou nada, tenho a minha própria maneira de estar na vida, só veio reforçar: Estarmos de bem connosco e carpe-diem. Continuar a sonhar não esquecendo que o Agora é que é importante.

Marta Andrino